sábado, 15 de dezembro de 2012

O dia do parto: Luna Eduarda

Relato de parto pela mamãe Ana Raquel

"SEGUNDA-FEIRA, 30 DE JULHO DE 2012
Acordei cedo, seria o dia que eu iria com a minha obstetra levar a guia de internação do hospital pra ela preencher. Estava super animada, até as dores não me incomodavam.
Fui com a minha mãe, estava um dia super quente e desagradável, me lembro como se fosse ontem.
Chegando ao consultório, a porta estava trancada, mas as luzes estavam acesas. Meu coração disparou. Já estava acostumada com a minha médica simplesmente decidir não ir trabalhar sem avisar antes. Mas eu não podia simplesmente voltar pra casa e ir na semana seguinte. MEU PARTO SERIA NO PRÓXIMO DIA!
Fiquei desesperada, a secretária dela foi lá e nos atendeu. Nos disse que a médica não iria atender ninguém esta semana, só na segunda seguinte.
Minha cara foi de: O QUE????? Se eu esperasse pela próxima segunda, estaria com 40 semanas certinhas e a chance de ter um parto normal seria grande. Eu fiquei morrendo de medo!
Ela nos deu o número do telefone celular da médica e saímos de lá, arrasadas. Passamos o dia todo tentando ligar pra ela, mas ela não atendia. Assim foi o dia inteiro...
Chegando de noite, eu já não estava mais tão confiante. Já achava que meu parto seria adiado pra outro dia e provavelmente ela nasceria em Agosto. E eu estava torcendo pra ela vir em julho.. Fiquei triste.
Umas amigas vieram me visitar e me ajudaram a passar as roupinhas da maternidade e a arrumar as malinhas dela, embora eu acreditasse que não fosse usar no dia seguinte.
Meus pais me proibiram de usar a internet neste dia, me obrigaram a descansar mesmo eu estando uma pilha de nervos!  kkkkkkk Fui me deitar super cedo, era tipo umas 20:00 horas.
Minha mãe me disse que no dia seguinte iriamos ver minha tia, que é médica, pra nos encaminhar a outro obstetra. Eu já estava tão desanimada por achar que o parto seria adiado, que nem me importei.

TERÇA-FEIRA, 31 DE JULHO DE 2012
Nem fiz questão de colocar celular pra despertar, nem fiz questão de ficar nervosa ou ansiosa. Acordei com a minha mãe aos berros me mandando levantar, que já estava tarde e nós iríamos sair.
Tomei banho, coloquei um vestido preto (da minha irmã rs) me arrumei e fui. Meu avô nos levaria ao hospital que minha tia trabalha. 
Enquanto estávamos a caminho, não parava de ligar pra médica. Eu ainda tinha esperanças que ela me atendesse e fizesse meu parto naquela tarde.
Tentei, tentei, tentei e tentei mil vezes. Chegamos ao hospital da minha tia, saí do carro, andei alguns metros e alguém respondeu do outro lado da linha... Fiquei sem reação, mal podia esperar. Era alguém que estava cuidando da minha médica. provavelmente a mãe, pois a voz era quase a mesma. Me dizendo que ela estava sem poder falar, muito doente e que estava afastada do trabalho. Expliquei todo meu caso, que aquele seria o dia do meu parto etc. Ela me mandou ir para outro hospital procurar outra médica que estaria substituindo ela. Fiquei morta de felicidade. Voltamos ao carro e voltamos pra minha casa, pra buscar as malas.
Peguei a mala da Dudinha e como ainda não tinha arrumado a minha, fui arrumando naquela hora mesmo. Peguei algumas coisas, algumas frutas, troquei o vestido por um macacão, tirei a maquiagem e fomos.
Chegando ao hospital, ví que alí deveria ser no mínimo muito bom. Estava lotadíssimo de mães, bebês, crianças e grávidas... Nunca ví um hospital tão lotado daquele jeito.
Enfim, fui com as mulheres que atendem (mulheres que atendem??) e perguntei o que eu tinha que fazer pra me internar. Peguei a guia de internação e fui atendida por um enfermeiro (muito gato, por sinal) que me encaminhou a um médico, que eu não me recordo do nome por ser um nome muito escroto incomum.
Ele começou a fazer mil perguntas sobre meu caso. Ele parecia não estar acreditando em sequer uma palavra do que eu estava dizendo, mas enfim.. Ele ligou para o Dr. Raimundo, que faria meu parto naquele dia. Cá entre nós, foram as palavras mais lindas e doces que eu tinha ouvido aquele dia...
Ele me mandou voltar com o enfermeiro gostoso e mandou ele me preparar pra os "exames".
Fui toda inocente achando que iria receber alguma agulhada ou coisa assim. O cara me colocou numa cama e mandou eu tirar a roupa (assim mesmo, sem nem me dar um beijinho antes! rs) e me disse que dentro de alguns minutos, o médico do nome escroto iria me examinar.
Ele veio com umas luvinhas e um gelzinho. Ouviu o coração da minha pequena e disse que estava tudo bem. Então ele me disse: "agora vamos checar o colo!". Eu não sabia o que aquilo queria dizer, mas pra ele me avisar, não deveria ser algo muito agradável. Mandou eu abrir as pernas e levantar os joelhos. Olhou no meu rosto e disse: "vai incomodar um pouquinho!" e meteu o dedo lá como se eu fosse uma bitch de rua rs. Cara, esse negócio de toque é muito chato. Dói! Não incomodou "só um pouquinho", incomodou DEMAIS! Mas enfim, ele disse que o colo estava fechado, tudo certinho e acreditem ou não, nem um centímetro de dilatação. Disse que é estranho pra alguém que estava com 39 semanas. Que provavelmente seria cesárea de um jeito ou de outro.
Depois fui mandada com o doutor Raimundo, que me fez algumas perguntinhas básicas, olhou meus exames, meu cartão de pré-natal e tudo mais. Ainda descobri que ele fez o parto da minha avó *o* mas enfim, disse que mandaria me internarem, que ele iria em casa almoçar e que depois faria meu parto. Fiquei com o coração brilhando de felicidade, queria beijar aquele velhinho de cabeça branca, só que não. rs
E assim se sucedeu. Entrei a guia de internação pra uma moça, ela fez todos os procedimentos, perguntou quem iria me acompanhar na sala de parto, me deu um papel com a lista das coisas que eu precisaria e me pediu pra esperar que a enfermeira já viria me buscar pra me levar pro meu apartamento.
Enquanto eu esperava, minha mãe foi comprar as coisas que faltavam lá da lista. E comprar créditos pra mim, claro! rs
Quando ela voltou, fomos direto pro quarto, chegando lá já havia outra mulher, conversamos e pouco tempo depois levaram ela pra sala de pré-parto. Me deram aquela roupinha sexy que deixa o bum-bum de fora e me colocaram numa cadeira de rodas. Me levaram pra mesma sala de pré-parto que a mulher que estava no meu quarto. Era mais ou menos 12:30, 01:00 horas. Passaram muitos minutos e trouxeram outra mulher, mas como ela não tinha barriga, imaginei que ela iria se operar de alguma outra coisa, mas enfim...
Levaram a mulher do meu quarto e se passaram mais minutos. Eu já estava meio nervosa, não pelo parto em si, mas por estar sozinha. (odeio ficar sozinha!) Eu até cheguei a chorar, acreditem ou não, desejei a presença do Marcos Paulo ali comigo. Não sei porque, mas ele veio direto na minha mente. Chorei mais ainda quando lembrei que ele não iria estar ali comigo e com nossa filha. Mas aquilo já eram águas passadas. Tentem me recompor e levaram a outra mulher sem barriga.
Meu pânico ficou dez vezes maior, e trouxeram a mulher do meu quarto. Levaram ela pro nosso quarto e depois veio uma enfermeira, pegou minha ficha e levou embora.
Olhei no relógio, eram 2:30. Eu sabia que minha hora estava muito perto,e  eu estava certa. Ela voltou e perguntou se eu estava pronta. Então me levou pra sala de cirurgia. Era bem grande, bem iluminada, com muitos aparelhos e tinha uma coisa bem grande cheia de lâmpadas acima da cama, que ficava bem no centro da sala. Haviam duas mulheres. Uma enfermeira e a anestesista. Me pediram pra sentar na cama, me perguntaram sobre alergia, mediram minha pressão e let's go. A enfermeira me puxou pra frente, me curvando sobre minha barriga. A anestesista começou a sentir minha coluna e pediu pra eu não puxar quando ela fosse aplicar. A enfermeira me colocou no soro, e caramba, aquilo doeu demais!
A anestesista me falou que não iria doer, que a agulhada do soro iria doer muito mais. me curvaram de novo, mas agora ela passou álcool (acho que era álcool) e me agulhou. Realmente não doeu nada. Foi a agulhada mais indolor de toda minha vida. Segundos depois de eu sentir a picadinha da agulha, ela disse: "já!" e a enfermeira largou meus ombros e correu pras minhas pernas. Sem delicadeza nenhuma, ela e a anestesista mandaram eu deitar e arrumaram minhas pernas, que instantaneamente começaram a ficar pesadas. Uma sensação muito legal! rs
Enquanto a pernoca foi adormecendo, eles colocaram aquele projeto de cortina, e depois um pano só com um buraquinho onde seria feito o corte e colocaram sobre meu corpo. Enquanto isso, as enfermeiras vão colocando fios e mais fios de monitoração em mim, aparelhos pra ver batimentos cardíacos e pressão. Me pediram pra a partir daquele momento não falar e nem rir, apenas responder com "sim" ou "não" quando me fosse perguntado alguma coisa pelo médico.
Eu pude sentir o médico beliscando o local do corte e depois eu senti alguma coisa me cortando e a pele se abrindo. Tudo isso totalmente sem dor, uma sensação meio engraçada. Como se meu cérebro quisesse me obrigar a sentir dor e meu corpo meio que ficava esperando rs mas claro que nada aconteceu.
Depois eu senti ele rasgando as camadas... Muito assustador, depois eu senti ele sacolejando tudo. Até disse pra uma amiga que me senti um saco de batatas. Não dói nada, mas incomoda bastante. Desejei que acabasse logo. Depois ouvi um barulho de água, como uma cachoeira. SHIIIIIIIIIIIIII. Estouraram minha bolsa, pensei. Senti uma pressão muito forte, como se alguém tivesse batido no meu estômago. Senti um pouco de falta de ar, mas logo passou. Depois um silêncio. Meu coração disparou e eu olhei pra enfermeira que estava ao meu lado. Ela sorriu e eu ouvi... O chorinho... Devo dizer pra vocês que não há sensação melhor do que ouvir o chorinho do seu bebê. É lindo, rouquinho, maravilhoso. Me senti tão mãe. Tão completa.

Não me mostraram, nem sei o que foram fazer com ela, só sei que ouvi minha mãe falando com ela, que ela era linda, que a amava etc. Depois de uns segundos/minutos, não lembro bem, a enfermeira a trouxe pra mim. Toda enroladinha, branquinha e cheia de meleca branca rs. Tão linda! Não se parecia nada como eu havia imaginado. Era mil vezes melhor. Não pude dizer nada, então só fiquei olhando, a beijei, cheirei... Queria que nunca mais a tirassem de mim! Tiramos algumas fotos e depois a levaram...

Enquanto isso o médico estava me costurando e as enfermeiras tirando os fios de mim.
Me colocaram numa maca e me levaram pro meu quarto.
Quando cheguei lá, vi que tinha muita gente, estava meio tonta, tive que me concentrar pra enxergar as pessoas. Minha mãe, minha avó, tia Neide (mãe do Marcos Paulo) e o Marcos. Tive que olhar duas vezes pra ter certeza! Eu não acreditei que ele estava ali. Quis chorar, mas me contive.
Minha mãe me deu minha filha pra mamar e ela tomou a primeira mamada. Pegou super rápido e foi um momento muito mágico pra nós duas. De novo me senti mais mãe.

 Depois a pegaram de mim e partiram pras fotos. Marcos Paulo chorou, todo babão pela filha, que é a cara dele!
Eu estava feliz, estava realizada. Foi tudo perfeito! Foi super rápido, do momento do corte até o chorinho, foram apenas 5 minutos! 

Um comentário:

  1. aiin´mmmt lindo eu amei a história do seu parto :) tenho uma enorme vontade de ser mãe tbm ... ai, me emocionei quando disse que o MP tava lá :) O.o parabens pela nenem maravilhosa floor :)

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